Meu tratamento para crises de pânico com remédios

Texto também disponível em áudio

Conforme escrevi no artigo “O começo do meu tratamento contra as crises de pânico” iniciei minha luta contra essa doença em 2019 através de remédios e terapia. Nesse post quero te contar um pouco sobre a minha história com as medicações.

Importante: Não sou médico e, portanto, escrevo aqui apenas como um paciente leigo que já passou por situações ruins, ok? Bora lá!

O início

Em setembro de 2019, após apresentar os sintomas da doença, fiz minha primeira consulta com uma psiquiatra. Saí de lá com uma receita para compra de: Reconter (10 mg) e Rivotril sublingual (0,25 mg).

O Reconter é uma medicação de uso contínuo que corrige funções no cérebro que entram em desarmonia durante as crises de pânico. Seu foco é no tratamento de médio e longo prazo. Já o Rivotril é aquele usado para apagar o incêndio do momento, pois tem efeito calmante e deixa o paciente mais “good vibes” por algumas horas.

Imagens retiradas da Internet

Os primeiros meses

Aos trancos e barrancos (e alguns comprimidos de Rivotril embaixo da língua) sobrevivi aos dias seguintes até a próxima consulta. Infelizmente não havia muito o que fazer, pois o Reconter não age instantaneamente no organismo (pode levar cerca de duas semanas ou mais). Só me restava esperar.

E assim fomos até o final daquele ano, com consultas quinzenais com a psiquiatra e oscilações entre dias bons e ruins. Não lembro exatamente quando, mas antes do final daquele mesmo ano aumentamos a dose do Reconter para 15 mg, pois a dosagem inicial parecia não estar surtindo o efeito esperado.

Quando o ano de 2020 chegou eu já me sentia um pouco melhor e minhas consultas com a médica passaram a acontecer de forma mensal.

O efeito COVID

Nesse meio tempo, porém, com a explosão da COVID 19, todos os sintomas de antes voltaram me atropelando. Retornei às consultas quinzenais e aumentamos novamente o Reconter (15mg → 20mg), pois os sintomas haviam se intensificado com toda aquela situação.

Após isso as coisas pareciam ter entrado no eixo e voltei a me sentir bem até meados de novembro. Porém, após uma nova crise, me vi dando alguns passos para trás no tratamento. Passei a ter grandes oscilações de humor e, por vezes, a certeza de estar à apenas alguns instantes de enlouquecer.

Conversei bastante com a psiquiatra durante esse período e incluímos outro medicamento na lista de remédios contra minhas crises de pânico: Lamitor CD 50 mg. Assim, eu agora estava com: Reconter 20 mg + Lamitor CD 50 mg + Rivotril 0,25 mg (quando necessário). Porém, mesmo depois de algumas semanas eu seguia com crises frequentes e, novamente, aumentamos o Reconter (20 mg → 30 mg).

Imagens retiradas da Internet

A tentativa de desmame

Acertamos em cheio! A medicação encaixou muito bem no meu organismo e, por mais de um ano, me senti super bem e estável. O sucesso era tanto que decidimos baixar a dosagem do Reconter de volta para os 20 mg. Felizmente, mesmo depois dessa redução, continuei me sentindo muito bem.

No segundo semestre de 2023, conversei com a psiquiatra sobre reduzirmos as medicações até zera-las. Aquilo era um objetivo pessoal para mim. Assim, em setembro daquele ano começamos o processo e diminuímos o Reconter para 15 mg e, 5 meses depois, para 10 mg. Parecia que eu estava caminhando para a cura completa… Parecia.

Em abril de 2024 voltei a ter uma crise fortíssima, como daquelas do começo do meu tratamento. Além do caos emocional e psicológico tradicionais dessa doença, o sentimento de derrota era enorme. Imediatamente precisei voltar às dosagens que haviam me estabilizado por tanto tempo contra as crises de pânico.

Hoje

Demorou um pouco para que eu conseguisse me sentir bem novamente. Passei por dias horríveis e com um medo constante de reviver tudo aquilo que havia ficado para trás. Hoje, após essa recaída, estou utilizando 100 mg de Lamitor CD e 30 mg de Reconter.

Felizmente me sinto muito bem desde então, porém confesso que escrever esse artigo não foi das tarefas mais fáceis. Rever todas as conversas de Whatsapp com a psiquiatra me fez reviver alguns episódios ruins. Porém, seguimos firmes na luta contra essa doença.

E você? Faz uso de remédios para as crises de pânico? Demorou para fazer o efeito esperado ou aconteceu rapidamente? Por favor, compartilhe conosco um pouco da sua história. Te vejo no próximo post!

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Regina
12 dias atrás

Boa noite.
Sofri com crises severas desde criança.
Encontrei um psiquiatra no posto de saúde que sabia exatamente o que eu estava passando. Me tratou com CLOMIPRAMINA por 3 anos e NUNCA MAIS tive crise de pânico. Já se passaram 18 anos.
Hoje estou com 67 anos.
Os supostos profissionais de hoje não querem perder o paciente, sua fonte de renda.
Pra um bom entendedor, um pingo é letra!

Maria Lúcia B de Oliveira
1 dia atrás

Como eu gostaria de ser uma pessoa normal, sair pra xeretar lojas, visitar parentes e amigos, mas o medo de sentir medo me faz prisioneira. Já tomei vários medicamentos que só me deixavam dopada mas o medo era constante. 4 anos atrás meu médico faltou fui encaminhada para outro médico. Quando entrei no consultório notei que ele estava com minha pasta na mão lendo meu histórico. Olhando pra mim ele disse “vamos começar a sair de casa, vamos viver a vida”. Fez minha receita com a medicação anterior, e outra receita com Fluoxetina. Muito tranquilo ele disse vamos começar com medicação nova mas vc pode continuar com a medicação anterior. Ele me passou tanta segurança que eu com três dias já estava só com a medicação nova. Melhorei muuuiiito, não tive mais crises, mas continuo tomando meus remédios com MEDO de sentir medo. Sou Grata a Deus por ter colocado o doutor Igor no meu caminho.