Minhas 3 formas para enfrentar o pânico – Por Efatá

Texto também disponível em áudio.

Caro leitor, quero compartilhar com você alguns dos meus segredos para enfrentar as crises de pânico. Sou carioca, tenho 72 anos, aposentado e desde os meus 50 anos convivo de maneira frequente com essa doença. Por motivos pessoais prefiro manter meu nome em sigilo, então me chame nesse momento de “Efatá” (que significa “abra-te” em aramaico).

Após conversar com o Matheus, proprietário do Tchau, pânico!, apoiei a ideia de também expor minhas experiências com essa doença e ajudar aqueles que, de alguma forma, possam se sentir abraçados ao ler. Portanto, aperte o cinto, prepare a pipoca e conheça agora um pouco da minha vida com o pânico.

Um breve contexto

As primeiras sensações de ansiedade e pânico vieram por volta dos meus 50 e poucos anos. Atribuo grande parte da culpa ao alto stress gerado pelo meu trabalho naquele período. Entretanto, minha vida na época era sustentada por alguns pilares (entre eles o próprio trabalho) que me permitiam ocupar a mente para lutar contra os sintomas.

Com auxílio de medicação (Escitalopram), terapia, academia e acupuntura, por exemplo, consegui me recuperar com certa tranquilidade das crises naquele momento. Minhas válvulas de escape eram tantas que pude trazer minha mente de volta para realidade sem grandes cicatrizes deixadas para trás.

Hoje, porém, já aposentado, perdi algumas dessas válvulas que outrora foram tão importantes e úteis para mim. Infelizmente os sintomas de pânico permaneceram comigo, e não tive outra escolha que não desenvolver novas formas de lutar e enfrentar as crises. E a partir de agora compartilho com você algumas das minhas ferramentas contra esse mal.

1. Atividade física

Caminhadas matinais de 30 a 40 minutos todos os dias da semana entraram no meu arsenal contra o pânico. Isso me ajuda tanto que quando posso aproveito para caminhar à tarde e à noite também. No passado, quando mais jovem, conseguia percorrer trajetos mais longos e desafiadores. Hoje porém, devido à dores no quadril, meus passeios ficaram mais limitados.

Aproveito para também praticar hidroginástica 2x na semana pela parte da manhã e musculação. É amigo(a), o titio aqui se mantém ativo!

Cito esta ferramenta aqui na minha lista, pois vejo a atividade física como algo poderoso contra as crises e que realmente me ajuda muito. Me sinto renovado com elas e capaz de oxigenar a mente e, consequentemente, o meu cérebro.

2. Leitura

Gosto de ler alguns textos na internet relacionados à controle e gestão emocional, bem como certos livros focados nesse assunto. Acredito que esse tipo de conhecimento é decisivo para todos nós e, portanto, não poderia deixar de alertar você, leitor(a).

Também faço semanalmente tratamentos de Reiki e de energia quântica, pois acredito que tudo nessa dimensão seja energia pura. Aproveito para incluir no meu arsenal idas ao templo de meditação 1x na semana, onde aprendo e pratico a potente energia de mantras, chamada de “medisobre“.

3. Estar com pessoas

Buscar interação junto aos meus familiares mais próximos me ajuda muito! Uma casa mais agitada, apesar de todo tumulto, me ajuda a estar bem e não permanecer muito tempo sozinho.

Aliás, posso dizer que estar sozinho talvez seja um dos meus principais gatilhos para crises, possivelmente por mexer com lembranças e traumas da infância. Já ouviu aquele ditado “cabeça vazia, oficina do diabo“? Então, essa é uma das formas que tenho para manter minha cabeça ocupada e blindada.

Pois então…

Por fim, hoje me sinto mais ou menos confortável para enfrentar minhas crises de ansiedade e pânico. Infelizmente ainda luto contra esses dois fantasmas de frente, utilizando as válvulas que citei acima e medicamentos prescritos.

Recentemente, por exemplo, quase desisti do que para você poderia parecer uma simples ida ao médico para tratamento dentário. Os fantasmas do pânico chegaram sem avisar e precisei me desdobrar para enfrenta-los de frente. Falei para mim mesmo que aquilo não iria me fazer desistir e fui (com medo mesmo, mas fui). Depois que saí do consultório me senti livre e vitorioso. Agradeci baixinho e em silêncio, primeiro para o Grande Espírito Deus e depois para mim mesmo por essa vitória.

E assim continuo nesses enfretamentos. O que talvez possam parecer pequenas vitórias para outras pessoas (como o exemplo das minhas idas para o tratamento dentário) para mim são INFINITAMENTE GRANDES. Deixo a você que está passando por um momento como esse o desejo de muita força e a esperança de que você pode superar!

Um forte abraço, Efatá.

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4 comentários em “Minhas 3 formas para enfrentar o pânico – Por Efatá”

    • Pois bem, minhas crises começaram quando casado, muito trabalho e aventuras extra conjugais …acho que esse binômio fez disparos e já fazem mais de 20 anos, estive internado duas vezes, consegui vencer o pior, abri mão de qualquer bebida alcoólica em função dos remédios. Hoje ainda tenho espaçadamente algumas crises…mas, leio bastante, olho filmes, converso com diferentes tipos de pessoas e também me exercito diariamente..tudo isso somado a terapia. Sou sabedor que a medicação é essencial

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      • Olá Juliano. Muito obrigado por compartilhar parte da sua história conosco!
        Terapia + medicação + exercícios físicos + as coisas que você faz = Um soco bem dado no pânico! Fico muito feliz em saber que você aprendeu a lidar com as crises e te desejo muita força pra continuar surrando elas.
        Um forte abraço no coração!

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