O começo do meu tratamento contra as crises de pânico

Texto também disponível em áudio

Setembro de 2019 marcou o começo do meu tratamento contra as crises de pânico. Isso aconteceu logo após o retorno de uma viagem de férias, como contei em Uma nova crise de pânico depois de anos. Te convido a conferir lá os detalhes desse episódio e aqui eu trago um pouco do início do meu tratamento contra essa doença.

Os primeiros sintomas

No dia seguinte, após o retorno da viagem que mencionei acima, levantei pela manhã e, pouco tempo depois, fui para mesa almoçar com minha mãe. Já durante o almoço as primeiras sensações estranhas começaram a voltar e parecia que algo horrível estava prestes a acontecer.

Fui para o quarto dormir um pouco, na esperança de que aquilo fosse embora. Porém, quando acordei, aquele mesmo sentimento havia apenas sido multiplicado e me atropelou por completo. Levantei com um medo congelante de tudo ao meu redor e a certeza de estar por um fio de perder o controle.

A situação não melhorava e, portanto, eu e minha mãe decidimos ir a uma clínica com atendimento psiquiátrico para consultar.

O primeiro psiquiatra

“QUE VERGONHA”, pensei. Por muitos anos tive um preconceito grande com ajudas psiquiátricas, pois, no auge da minha ignorância, imaginava que aquilo era coisa para maluco. E agora eu, “racional”, estava indo para um lugar desses pela primeira vez.

O médico me falou que aqueles sintomas pareciam ser de uma crise de pânico ou ansiedade e receitou, portanto, dois remédios:

  • Reconter 10mg – 1 comprimido por dia;
  • Rivotril sublingual 0,25mg – para quando estivesse passando por uma crise.
Imagem dos remédios para o texto "O começo do meu tratamento contra as crises de pânico"
Imagens retiradas da internet

E assim as medicações entraram na minha vida para o tratamento das crises de pânico. Confesso que quando ele falou a palavra “Rivotril” eu fiquei sem chão. Eu? Remédio pra gente louca? Não podia ser. Aqui eu abro um parênteses para pedir sua compreensão, pois, como disse antes, eu estava no auge da minha ignorância.

Quando cheguei em casa o sol já havia se posto. Já estava me sentindo melhor, apesar da minha mente ainda estar anestesiada processando tudo o que havia acontecido poucas horas antes.

A primeira psicóloga

Ainda naquela noite agendei uma consulta para a manhã seguinte com uma psicóloga chamada Ceura. Durante a consulta tentei ser o mais racional possível para explicar o que estava acontecendo, mas era difícil. Afinal de contas, aquilo tudo me causava um nó apertado na garganta e uma certeza de que alguma coisa horrível iria acontecer a qualquer momento.

Para minha surpresa conversar com ela me fez um bem tremendo e não arrancou nenhum pedaço. Chorei horrores lá dentro, mas saí aliviado. É claro que eu queria que dentro daqueles 50 minutos de conversa todos os meus problemas sumissem, mas infelizmente não funciona assim. E dessa forma eu iniciava uma parte importantíssima do meu tratamento contra as crises de pânico: Terapia.

Por alguns dias oscilei bastante entre momentos bons e muito ruins. Chorava muito e quase que diariamente era obrigado a colocar um comprimido de Rivotril embaixo da língua.

Uma nova psiquiatra

Cerca de uma semana depois voltei a consultar com uma psiquiatra, mas dessa vez outro médico (não havia gostado do primeiro) – Dra. Cristine. Segundo ela, os remédios que eu havia comprado estavam corretos (Reconter e Rivotril) e, por hora, restava apenas esperar para ver como eu reagiria à medicação.

Para alguém que está no meio daquele turbilhão esperar é um tormento. Você quer se livrar daquilo imediatamente. Quem passou por isso sabe o tamanho do desgaste mental e emocional sofrido numa situação dessas. Porém, não havia muito o que fazer. Afinal de contas, o Reconter pode levar, em média, duas semanas para começar a surtir algum efeito. Então, até lá a única opção era aguentar no osso e colocar, sempre que necessário, aquele comprimidinho mágico de Rivotril embaixo da língua.

E depois?

Esse foi apenas o começo de todo meu tratamento contra as crises de pânico, lá no final de 2019. Infelizmente, como conto em Meu tratamento para crises de pânico com remédios, passei por alguns perrengues até encontrar a dosagem adequada da medicação e conseguir voltar à uma vida normal.

E se você conhece alguém que está enfrentando essa situação por favor compartilhe esse conteúdo com essa pessoa. Saber que não se está sozinho e que outras pessoas já passaram pelo mesmo perrengue pode ajudar no processo. O caos interno é enorme e precisamos de apoio para lidar com isso.

Te vejo no próximo texto!

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Marta Silva
14 dias atrás

Olá.
Se te contar toda minha história, com certeza irás acreditar que vivo em um hospital psiquiátrico.